É interessante observar, em certas situações, que alguns erros não são novos e, por conta disso, poderiam ser evitados. Bastaria, para tanto, somente um pouco mais de atenção.
Que a Record não anda bem das pernas em suas novelas, grande novidade. “Máscaras” e “Rebelde” amargam péssimos índices de audiência, os piores da história recente da emissora. Mas a novelinha teen parece estar chegando ao fundo do poço, que, em números do Ibope, chama-se zero. Zero ponto de audiência. Falta pouco, mas pelo andar da carruagem, conseguirão.
Na última quinta-feira (06), chegaram a menos de dois pontos de audiência (1.8) em um determinado momento, um absurdo, mas que não chega a ser exatamente uma surpresa.
Ao ver essa crise na qual “Rebelde” se afoga, não vem outra dúvida que não esta: o que há de errado? Por que todos os shows da banda são lotados, o grupo bate recorde atrás de recorde na venda de CDs e DVDs, mas a novela está nesta situação sem precedentes?
Há tempos venho repetindo que, guardadas as devidas proporções, o que está acontecendo com “Rebelde” é a mesma crise que “Malhação” também atravessa. O público-alvo dessas duas tramas, quando param na frente da televisão, não querem mais somente ver historinhas de heróis, mocinhas e vilões. Os tempos são outros, mudaram, sobretudo porque o público mudou. Essas novelas, porém, ficaram estagnadas no tempo. Eis aí o porquê do resultado.
Há necessidade de, nessas histórias, se abordar assuntos mais pesados. A realidade do dia-a-dia precisa ser mostrada sem tanta maquiagem, tanto romance. Drogas, gravidez na adolescência, aborto, preconceito sexual, racial e outros temas polêmicos precisam ser expostos com outra pespectiva, de forma mais realista, impactante.
A forma de como “Rebelde” abordou o tema ’bullying’, com o personagem Téo (Bernardo Falcone) sofrendo disso, foi tão profunda quanto um pires. É exatamente isso que o público não tolera mais. Perdeu-se a paciênca, até mesmo pelo fato de, hoje, haver mais concorrência de entretenimento - e não somente na televisão.
E aí fica visível a capacidade do autor de ter essa sensibilidade. É extremamente necessário acompanhar a sociedade de muito perto para, embasada nela, construir uma obra de ficção que envolva o telespectador. Com textos superficiais, cheio de clichês, “Rebelde” faz até com que os próprios atores fiquem acorrentados. Aí a qualidade do produto passa a ser comprometida.
A próxima novela também apostará no público infanto-juvenil ("Patito Feo"). Se cometer os mesmos erros, a história vai se repetir, como já se repetiu. E os números não mudarão. Não existe mágica no mundo real.
Fonte: Na Telinha
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